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Portugal pede ajuda financeira. E agora?

06 de Abril de 2011 é uma data que ficará para sempre gravada na história de Portugal e na mente desta geração. Foi precisamente nesta data que Portugal formalizou junto da Comissão Europeia um pedido de ajuda financeira, resultado da sua incapacidade em continuar a financiar-se ao preço que os mercados exigem.

De acordo com a edição online de 7 de Abril do Diário Económico, “o pacote da ajuda externa – nos moldes do que foi oferecido à Irlanda – pode chegar aos 90 mil milhões de euros, um valor que representa mais de metade do PIB estimado para este ano”, acrescentando que “a primeira tranche de financiamento ficará entre os 22 e os 25 mil milhões de euros e deverá chegar no início de Maio”.

Em nota enviada aos investidores, Francesco Garzarelli, especialista do Goldman Sachs, manifesta a sua opinião de que Portugal terá sido o último país da União Monetária Europeia a solicitar ajuda financeira. O banco norte-americano refere ainda que a União Europeia deverá aproveitar esta oportunidade para alinhar as taxas de juro dos empréstimos de Portugal e da Irlanda com a da Grécia.

No mercado bolsista as reacções ao pedido de ajuda de Portugal não tardaram e o PSI 20 abriu esta manhã, 7 de Abril, a subir 1,044%. É a banca quem mais contribui para este cenário animador, com alguns títulos a protagonizarem subidas na ordem dos 6 e 7%.

Por outro lado, o mercado cambial não acompanha este cenário positivo. O pedido de ajuda financeira por parte de Portugal, que se transformou no 3º país da zona euro a fazê-lo, contribuiu para uma forte desvalorização do euro face ao dólar. Às 9 da manhã de 7 de Abril, o euro desvalorizava 0,34% para 1,4282 dólares, depois de ter atingido no dia anterior um máximo de 14 meses, acima dos 1,43 dólares.

O pedido de ajuda tem-se mostrado igualmente ineficaz no que respeita a acalmar os juros de Portugal, que continuaram a subir em praticamente todos os prazos. O Diário Económico afirma que, “depois das descidas acentuadas de ontem, as ‘yelds’ genéricas das obrigações do Tesouro (OT) estão hoje [7 de Abril] a subir nos prazos a 2, 3, 5 e 10 anos.

A presidência húngara da União Europeia anunciou, entretanto, que começará a analisar a questão da ajuda a Portugal ainda hoje [7 de Abril]. Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, garantiu a José Sócrates que o pedido de activação dos mecanismos de auxílio financeiro será tratado “da forma mais expedita possível, de acordo com as regras pertinentes.”

Fonte: Diário Económico