Os desafios do (novo) Presidente da República
Cavaco Silva venceu, como já era esperado e antecipado por todas as sondagens, as eleições presidenciais de 2011, tornando-se assim o XX Presidente da República e sucedendo… a si mesmo no mais alto cargo da República Portuguesa.
É caso para dizer, então, que pouco ou nada mudou para Portugal. Os desafios que o XX Presidente de Portugal enfrenta neste seu novo mandato serão, precisamente, os mesmos que tem vindo a enfrentar ao longo dos últimos 5 anos, e referem-se, na sua quase totalidade, à fragilidade que a economia portuguesa apresenta. Temos pois, o mesmo cenário, os mesmos actores e o mesmo guião.
O próprio Presidente da República salientou, no seu discurso de vitória, que quem espera alterações na sua conduta deve “perder desde já todas as ilusões”, antecipando que nada de verdadeiramente novo virá do seu mandato. Contudo, Cavaco Silva – que recusou ontem pronunciar-se abertamente sobre as suas relações futuras com o Governo – deixou já um recado a José Sócrates, ao avisar da sua intenção de exercer uma “magistratura activa”, não abdicando de quaisquer poderes que a Constituição lhe confere.
Nas felicitações enviadas ao (novo) Presidente da República, o Presidente do Parlamento Europeu foi bastante claro em relação às suas expectativas. Na nota enviada às redacções, Jerzy Buzek diz esperar que Cavaco Silva garanta a “continuidade e a estabilidade de que Portugal carece para ultrapassar as suas preocupações e angústias”.
As cenas do próximo capítulo antecipam, pois, novas batalhas entre José Sócrates e Cavaco Silva. O país aguarda, qual espectador, pelas decisões e posições a adoptar pelo reeleito Presidente da República, expectante em relação ao rumo que Portugal leva.