PME geram metade da facturação
Em Portugal, 85,6% das PME são micro, que empregam 27% dos efectivos das empresas não financeiras
Das cerca de 350 mil empresas existentes em Portugal, a esmagadora maioria – 99,7% – são pequenas e médias empresas (PME) que geram 57,8% do volume de negócios total das sociedades não financeiras. Estas PME empregam 2,1 milhões de trabalhadores, 72,4% do total do pessoal afecto ao tecido empresarial português, e são responsáveis por 60% do investimento empresarial.
Estas são algumas das características do universo das micro, pequenas e médias empresas em Portugal, de acordo com os Estudos sobre Estatísticas Estruturais das Empresas de 2008, ontem divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De entre as 349 mil PME existentes no nosso país, a sua grande maioria são micro, representando 85% do total e empregando 26,9% do total da população activa que trabalha nas empresas não financeiras.
De acordo com o mesmo estudo e tendo em conta a população residente no País, existiam em 2008 mais de 330 sociedades por cada dez mil habitantes, das quais 283 eram microempresas. Para o mesmo número de habitantes existia, em média, uma grande empresa.
Em relação à dimensão das unidades empresariais, cada PME empregava em média 6,2 trabalhadores, enquanto nas grandes sociedades este valor era de 741,4 pessoas por empresa.
A facturação registada pelas PME em 2008, de 201,7 mil milhões de euros, reflectiu um crescimento anual de 1,7%, apesar de se situar 2,4 pontos percentuais abaixo da evolução verificada no volume de negócios do conjunto das sociedades.
Tendo em conta a distribuição deste volume de negócios per capita, cada trabalhador de uma PME gerou 93 mil euros, em oposição aos cerca de 178 mil euros registados nas grandes empresas.
Os custos com o pessoal afecto às PME atingiu os 31,6 mil milhões de euros, correspondendo a 64,2% do total suportado pelo tecido empresarial não financeiro.
Quando analisadas por sector de actividade, o comércio concentrava o maior número de PME: 99486 unidades, gerando uma parcela de negócios de cerca de 83,8 mil milhões de euros, ou seja, 41,6% da facturação total realizada por esta categoria de empresas.
O sector das indústrias transformadoras, por seu lado, foi o que mais contribuiu para o emprego, com 565 mil pessoas ao serviço, sendo igualmente o sector que realizou o maior montante de valor acrescentado bruto (VAB, a custo de factores), correspondente a 11,1 mil milhões de euros.
No que respeita aos custos de pessoal per capita, a electricidade registou o valor mais elevado, de 27,5 mil euros nas PME e de 68,5 mil euros entre as grandes empresas. Por seu lado, na categoria “outras actividades de serviços” encontramos os menores custos médio por trabalhador, não atingindo os dez mil euros.
O estudo do INE salienta ainda o crescimento que tem vindo a ser evidenciado pelas empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC), que representavam, em 2008, 1,7% das PME portuguesas. No que respeita ao emprego, as TIC empregavam quase 41 mil trabalhadores , valor que representava um aumento de 6,9% face ao ano de 2007. No total das PME, o crescimento do emprego não tinha ido além dos 0,2%, nos dois anos em análise.
Por regiões, o Norte e Lisboa concentravam 65,6% do total nacional de PME, destacando-se a região Norte no que respeita ao número de pessoas empregues: 36,5% dos trabalhadores afectos a este tipo de empresas.
As PME do Algarve, por seu lado, são as que apresentaram maiores contributos no volume de negócios e no VAB realizado na região, respectivamente de 91,9% e de 89,3%.
Mais notícias aqui