Domingo, 24 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Norte foi o destino de 42% dos apoios para empresas

É mais um dado que vem confirmar as dificuldades que as empresas nortenhas têm sentido. Dos seis mil milhões euros que as linhas de crédito PME Investe já canalizaram para o tecido empresarial, mais de 40% do valor serviu para financiar firmas da região Norte. A Linha PME Investe VI, disponível desde sexta-feira, contempla um montante de 1250 milhões de euros, dos quais 350 milhões são exclusivos para micro e pequenas empresas.

Dados disponibilizados ao JN pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) mostram que, até 9 de Junho, as cinco primeiras linhas PME Investe aprovaram mais de 65 mil operações de crédito bonificado. No total, seis mil milhões de euros foram distribuídos por 46 mil empresas.

Enquadrando as operações por região, nota-se que 19 mil empresas do Norte receberam 2,5 mil milhões de euros das linhas de crédito (42% do total). Estas PME, que empregam mais de 280 mil pessoas, tiveram o “sim” da banca para mais de 27 mil empréstimos.

Feitas as contas, o capital canalizado para o Norte ficou acima dos 1,8 mil milhões (30%) destinados a 12 mil empresas da região Centro e foi mais do dobro dos 1,15 milhões (19%) concedidos a PME de Lisboa. Por seu turno, Alentejo (5%), Algarve (3%) e Madeira e Açores (1%), receberam 520 milhões de euros.

Ferramenta essencial para PME

As linhas de crédito têm ajudado as empresas a resolver problemas de liquidez e a alavancar investimentos. Foi o caso da Rodinel, fábrica de calçado de Aveiro, que recorreu às PME Investe no ano passado. “Parte do capital serviu para comprar uma máquina que aumentou a produção em mais 40 pares de calçado diários”, conta Manuel Silva, dono da empresa.

Este responsável salienta ainda que, com o crédito bonificado, foi-lhe possível pagar “os salários dos trabalhadores a tempo e horas”. Um novo pedido de financiamento da Rodinel às linhas aguarda agora aprovação. “É um óptimo instrumento e virá mesmo a tempo nesta altura de crise”, afirma.

BPI e BES deram mais crédito

Discriminando cada linha de crédito, a PME Investe I, lançada em 2008, viu o plafond de 600 milhões de euros esgotar e ser superado em mais 150 milhões. Já as linhas II e III ainda têm gavetas à venda. Na PME Investe II, aplicou-se 75% da dotação de mil milhões de euros, e da terceira linha, de 1,86 mil milhões, restam 175 milhões para o ramo do turismo.

Finalizadas estão as linhas IV e V, cujos apoios foram de dois mil milhões de euros e de 750 milhões, respectivamente. Por força da crise, o montante da última linha de crédito teve um incremento de 90 milhões de euros, permitindo mais empréstimos a micro e pequenas empresas.

Noutra perspectiva, o Banco BPI e o Banco Espírito Santo foram as instituições que mais capital injectaram nas PME no âmbito das linhas de crédito. Cada banco teve uma quota de 20%, concedendo cerca de 1,2 mil milhões de euros. “As empresas têm procurado soluções de apoio à tesouraria, reforço do fundo de maneio e instrumentos de securitização do risco”, refere fonte do BPI.

O Banco Santander Totta, responsável pelo financiamento de 982 milhões de euros às PME, o BCP (945 milhões) e a CGD (920 milhões) surgem nos lugares seguintes. O banco liderado por Carlos Santos Ferreira (BCP) foi a instituição que mais empresas financiou através das linhas PME Investe: 11 802.

in Jornal de Notícias

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