Fornecedores têm de estar envolvidos na internacionalização, defende a COTEC
As grandes empresas portuguesas devem envolver os seus fornecedores do mercado interno nos seus projectos de internacionalização, ajudando as pequenas e médias empresas nacionais (PME) a internacionalizarem-se, afirmou hoje o director executivo da COTEC, Daniel Bessa.
“Uma forma de apoiar o crescimento das exportações é envolver as PME portuguesas nos projectos de internacionalização das grandes empresas nacionais, como parceiras de inovação do negócio, permitindo-lhes assim que se internacionalizem”, disse à agência Lusa o dirigente da COTEC – Associação Empresarial para a Inovação.
O antigo ministro da Economia falava a propósito do 3.º Encontro ‘Rede PME Inovação COTEC’, que se realizará na próxima quarta-feira (dia 9 de Dezembro) no Centro de Congressos do Estoril, onde se debaterá “A Gestão Colaborativa da Inovação.
“A exportação é uma das áreas onde não se pode estar sem ter alguma escala, sem se ser inovador e ter conhecimento, uma vez que tem custos e demora tempo a produzir resultados”, disse o economista, adiantando que a COTEC tem desenvolvido um trabalho de “aproximação séria” entre as suas associadas (117), empresas de grande dimensão, e a Rede PME Inovação COTEC, que abrange 107 unidades, mas deverá aumentar para 124 proximamente.
A concessionária de auto-estradas Brisa e o grupo Sonae são exemplos de como as grandes empresas portuguesas estão a fazer “uma forte aposta” no sentido de apoiarem as PME nacionais através de ideias originais e diferentes.
O director de Inovação e Tecnologia da Brisa disse à Lusa que o grupo defende “a inovação aberta e em rede” baseada em relações de confiança e partilha do conhecimento.
“A Brisa tem funcionado como catalizadora junto dos seus parceiros no desenvolvimento de empresas terceiras, contribuindo, desta forma, para o aumento das exportações e o progresso económico e social do país”, explicou Sales Gomes.
A sua rede de inovação estende-se às universidades e centros tecnológicos, às associações e instituições governamentais, aos financiadores, bem como aos fornecedores.
“O aperfeiçoamento do negócio da Brisa levou a empresa a criar as condições para o aparecimento de novas empresas portuguesas ['startups'] com produtos inovadores e em novos sectores de mercado”, adiantou.
Para a Sonae, a inovação é “muito mais” do que a criação de novos produtos e serviços.
Mas, o ‘Clube de Produtores’, criado em 1998 para aproximar os produtores agro-pecuários e das pescas ao consumidor, permitiu a muitas das 230 empresas produtoras passarem a exportar e não só a vender para a Sonae, disse à Lusa a presidente do Clube, Eunice Silva.
O 3.º Encontro terá a intervenção de líderes de empresas associadas da COTEC e oradores estrangeiros, designadamente Per Ingeberg e Toivo Nilsen (respectivamente, vice-presidente da R&D e director de comunicação da ODIM ASA).
No final do dia realiza-se a cerimónia de apresentação das novas empresas da Rede e a entrega, pelo Presidente da República, Cavaco Silva, do Prémio PME Inovação COTEC-BPI.
in OJE