Domingo, 24 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Empresários discutiram dificuldades de financiamento com Sócrates

Um grupo de 20 empresários que se reuniu esta manhã com José Sócrates debateu as dificuldades de financiamento das empresas portuguesas que querem investir no exterior, nomeadamente no Brasil.

“Os nossos projectos de investimento – de infra-estruturas – são financiados pelos bancos nacionais de desenvolvimento, neste caso (Brasil) pelo BNDS e pelos bancos portugueses. [O financiamento] é outra dificuldade e hoje é mais complicado porque as taxas de juros e os ‘spreads’ são mais elevados, o risco percebido é maior. É uma área muito importante que tem sido discutida nesta reunião”, disse o presidente da EFACEC, Luís Filipe Pereira.

Esta manhã, o risco da dívida portuguesa era o quarto que mais subia no mundo, numa lista liderada pela Argentina, Venezuela e Grécia, colocando Portugal na sexta posição da tabela mundial dos países com maior risco de incumprimento, de acordo com os dados da agência de informação financeira Bloomberg.

O presidente da EFACEC é um dos cerca de 20 empresários que hoje de manhã se reuniram com o primeiro-ministro, José Sócrates, no âmbito de uma visita que vai fazer ao Brasil e à Venezuela. No topo da agenda dos empresários estarão oportunidades de negócio relacionadas com as grandes obras que o Brasil vai ter de fazer nos próximos
anos.

“O Brasil vai ter dois acontecimentos muito importantes daqui a alguns anos, mas que se preparam já este ano e no próximo. Estou-me a referir à Copa do Mundo, em 2014, e aos Jogos Olímpicos. Todos nós sabemos que isso vai significar grandes obras de infra-estruturas”, explicou o presidente da EFACEC.

Trata-se de negócios “na área da energia, da geração” pelo que serão precisas “mais linhas de transmissão e mais subestações”. Também haverá oportunidades na área do Ambiente, com infra-estruturas de águas residuais e com transportes. “A EFACEC está no Brasil exactamente nessas áreas”, precisou Luís Filipe Pereira.

O mesmo responsável acrescentou que as dificuldades de financiamento das empresas portuguesas que querem investir no exterior foi um dos temas mais debatidos na reunião.

“A EFACEC não tem sentido esse problema, mas se falar em nome da indústria portuguesa será com certeza um problema a ultrapassar”, disse o presidente da EFACEC.

A empresa dirigida por Luís Filipe Pereira teve em 2009 um volume de negócios de 250 milhões de euros no Brasil, onde a empresas tem cerca de 300 pessoas.

“Esperamos crescer e em 2010 chegar aos 300 milhões”, sublinhou. “O Brasil já hoje é o nosso principal mercado, temos mais encomendas que em Portugal, daí a importância”.

Entre as empresas que se reuniram hoje com José Sócrates contam-se a Cimpor, o BES, a OGMA, Caixa Geral de Depósitos, EFACEC, Azeite Gallo, Esporão ou Sovena.

in Diário Económico