Cavaco: «Nunca o país precisou tanto dos empresários»
O Presidente da República, Cavaco Silva, disse este sábado que, desde 1974, «nunca o país precisou tanto do contributo dos empresários privados portugueses para vencer a crise».
Cavaco Silva falava no final de uma reunião que teve com empresários do Norte, na Exponor. Segundo o Presidente da República, é destes empresários que «poderá vir a força acrescida da exportação de bens e serviços, a modernização da nossa economia, a inovação e a capacidade de penetração nos mercados externos», cita a Lusa.
«O país enfrenta uma escassez de recursos financeiros e um preço que tende a aumentar e por isso temos que valorizar a cultura empresarial», realçou Cavaco Silva, acrescentando que «são os empresários privados portugueses que podem neste momento fazer um esforço acrescido».
O Presidente da República apelou «para que, apesar da situação, os empresários não deixem de fazer os investimentos e as parcerias competitivas».
«E procurar, eventualmente fora da Europa, os mercados onde podem colocar os seus produtos, apostando na qualidade, na inovação, no fazer bem mas acima de tudo utilizando as capacidades de penetração no mercado global. Existem oportunidades no mercado global», acrescentou em declarações aos jornalistas.
O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), António Barros, disse que o Presidente da República veio «lançar um desafio» para o qual os empresários têm «capacidade, força e possibilidade» para responder.
«É muito importante que o Chefe de Estado tenha reconhecido que a resposta à situação actual passa por um novo protagonismo e uma nova dimensão dos empresários privados portugueses. Mesmo com as medidas difíceis que vamos ter que enfrentar, nós não vamos desistir, não vamos baixar os braços», garantiu António Barros.
Segundo o presidente da AEP, respondendo à sugestão de Cavaco Silva, serão estabelecidas «parcerias destinadas a aumentar a dimensão das empresas, aumentar as possibilidades das empresas se dirigirem e concorrerem ao mercado global».
«E vamos igualmente concentrar a atenção em sectores até agora menos olhados. O caso do sector da agroindústria e do mar», avançou António Barros.