Segunda, 25 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Caminhar com os gigantes

Após a Cimeira do G20 em Pittsburgh, no ano passado, as autoridades europeias e norte-americanas insistiram que os membros do G20 iriam impor “novas responsabilidades”. Convidaram os decisores políticos dos países emergentes a participar na formulação de uma nova ordem económica global – sugerindo, implicitamente, que até então não o tinham feito.
Ainda assim, as evidências não suportam esta visão. O Brasil, China, Índia, Coreia do Sul e México já desempenhavam um papel importante em duas áreas decisivas – no comércio global e na gestão da crise económica global; falta saber se também terão este papel numa terceira área: o aquecimento global.

Poucas pessoas parecem perceber a contribuição fundamental das economias emergentes para o sucesso do actual regime de comércio global. Nas últimas três décadas, o espantoso sucesso da liberalização do comércio chinês fez mais para convencer outros países em desenvolvimento do ganhos do comércio do que todas as exortações dos países da OCDE.

Da mesma forma, entre os membros da Organização Mundial do Comércio, a China realizou os maiores compromissos para a liberalização dos serviços, a Índia levantou essa questão e o Brasil tem sido decisivo para enfraquecer a protecção ao sector agrícola na Europa e nos Estados Unidos. Durante as importantes negociações do Organização Mundial do Comércio em Julho 2008, o Brasil foi o negociador mais pró-activo. O falhanço das negociações é, normalmente, atribuído à Índia e aos Estados Unidos mas a maioria dos observadores concorda que a responsabilidade norte-americana é maior. (…)

in Jornal de Negócios