Ausência de incentivos financeiros impede Portugal de reduzir emissões de CO2 em 15%
Portugal precisa de reduzir em 15% as emissões de gases de efeito de estufa até 2010, mas a ausência de incentivos financeiros à indústria e aos transportes impedem que estes reduzam as emissões em 20%.
Estas são algumas das conclusões do balanço do estudo “Smart Portugal 2020″ que hoje serão analisadas por Jorge Vasconcelos, comissário da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) para a Energia e Coordenador do Grupo de Trabalho Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e Energia.
Segundo afirmou à Lusa, “um ano e meio depois do lançamento do “Smart Portugal 2020″, o progresso alcançado na utilização das TIC para a redução de emissões e aumento da eficiência energética foi maioritariamente avaliado como insuficiente”.
Não obstante os resultados, os sectores da energia (40%), dos edifícios (32%) e das TIC (24%), “foram as áreas em que se registaram maiores progressos entre 2008 e 2010″, segundo Jorge Vasconcelos.
Os factores que contribuíram mais positivamente para esses progressos foram, no entender do comissário da APDC, “uma maior atitude pró-ambiental por parte dos cidadãos e empresas e o enquadramento legislativo e regulação”.
No entanto, as áreas da indústria e dos transportes foram as que registaram menos progressos no último ano e meio, por falta de “consciencialização de benefícios por parte de cidadãos e empresas e de fontes de financiamento e outros incentivos financeiros directos ao investimento”.
Para analisar a falta de avanços na redução de gases de efeito de estufa, a APDC relança hoje o debate na sessão “Smart Portugal 2020″ na Fundação Portuguesa das Comunicações, por ocasião do Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação.
O início dos trabalhos conta com a intervenção do secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho, e caberá ao secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, o encerramento.
Além do balanço de Jorge Vasconcelos do “Smart Portugal 2020″, a manhã será ainda marcada pela apresentação do estudo “Sustentabilidade nas Tecnologias de Informação, por Luis Rochartre, do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD).
Lançado em Novembro de 2008 pela APDC, o “Smart Portugal 2020 – A redução das emissões e o aumento da eficiência energética através das TIC” foi o primeiro relatório nacional Smart 2020 ao nível mundial.
Gestão energética, edifícios e transportes foram as três áreas prioritárias identificadas como as que oferecem maior potencial de redução de emissões.
“O Smart 2020 Portugal” concluiu que a aplicação sistemática das TIC a sectores como a energia, transportes e edifícios permitiria a Portugal cumprir os compromissos e metas acordadas com Bruxelas, sendo possível reduzir em 15% as emissões de gases de efeito de estufa e colocar o país numa trajectória virtuosa.
in OJE