Segunda, 25 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Ser empresário hoje merece uma condecoração

Decorreu ontem no Funchal, no Pestana Casino Park Hotel, a cerimónia de atribuição pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Governo Regional da Madeira, através do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Madeira (IDE), do estatuto “Distinção PME Madeira” a 99 empresas que desenvolvem a sua actividade na Região. A sessão solene foi presididade pelo Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, mas não pôde contar com a presença do vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, devido ao encerramento do espaço aéreo em consequência da nuvem de poeira do vulcão islândes. De realçar que esteve presente na cerimónia o vice-presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva.
Esta iniciativa, da Caixa e do IDE, premiou, pela 13.ª vez, o esforço e o mérito das PME, sendo o estatuto atribuído a um conjunto restrito de empresas que se distinguem pela sua capacidade de gestão, situação económico-financeira, tecnológica e contributo para o desenvolvimento da economia regional. As 99 empresas ontem distinguidas representam no seu conjunto um volume de negócios de 626,5 milhões de euros.
Falando em nome da Administração da CGD, Francisca Perry Vidal, directora da Caixa na Madeira, realçou que as “empresas premiadas não cederam ao pessimismo, à descrença e ao facilitismo de baixar os braços”.
Por outro lado, acentuou que “neste momento de crise económica a Caixa mantém o objectivo de conquistar a liderança no segmento das boas PME, através do crescimento na concessão de crédito e no envolvimento com os clientes”.
Os prémios PME Madeira são, há mais de uma década, o momento alto de distinção das PME madeirenses, estando todos os sectores de actividade contemplados; desde o sector industrial, comércio e serviços, bem como a indústria do turismo e lazer.

“Não vou ceder às contrariedades»

No seu discurso, o Presidente do Governo Regional começou por se referir à actual situação económica do país, destacando que “estamos todos encravados”.
Todavia, apontou o exemplo das 99 empresas madeirenses ontem distinguidas com o Estatuto “Distinção PME Madeira”, salientando que a “distinção é pouco”, pois, acentuou, “ser empresário nos tempos que correm merece mais do que aquilo que se chama uma distinção”.
“No meu entender a situação é tão complicada que merece uma condecoração por feitos em combate”, sublinhou Alberto João Jardim, acrescentando que o “ser-se empresário nos dias de hoje reveste-se de uma certa heroicidade”.
Assim, considerou que os poderes públicos devem ter “o máximo de respeito pela actuação” dos empresários.
O chefe do Executivo Regional agradeceu à CGD o facto de ter mantido o “estímulo” às PME, salientando que da “parte do Governo Regional estão neste momento em curso aquilo que foi estabelecido, comprometido e acertado com as associações” do sector.
Neste âmbito, Alberto João Jardim agradeceu ao Conselho de Administração da CGD “a disponibilidade e a abertura que tem tido sempre para com a Região Autónoma da Madeira”, revelando que ontem falou ao telefone com o vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, e que “a propósito de uma questão concreta, mais uma vez este se disponibilizou para avançar numa solução”.
O Presidente do Governo Regional disse ainda ser “justa” a distinção atribuída ontem às 99 empresas da Região, agradecendo em nome do Povo Madeirense o trabalho desenvolvido por estas.
A concluir a intervenção, Jardim referiu que o Governo “não irá deixar-se abater pelas contrariedades”, salientando que “este ano tem sido fértil em contrariedades”.
“Não vou ceder às contrariedades. Com o mesmo entusiasmo, a mesma força, a mesma persistência que assumi desde o primeiro dia de governo vou continuar a lutar contra tudo o que são obstáculos ao desenvolvimento da Madeira”, realçou.
Antes, respondendo a perguntas da comunicação social, nomeadamente sobre o corte no investimento em grandes obras públicas, o Presidente do Governo Regional realçou ser “mesmo contra o PSD, a favor do TGV, dada a situação periférica de Portugal em relação à Europa, nosso principal mercado”, mas, por outro lado, disse ser “contra o novo aeroporto”, sendo por isso, nesta situação, “contra o PS”.

in Jornal da Madeira