Bruxelas espera mais medidas de contenção em 2011
No mesmo dia em que a Moody’s ameaçou descer o ‘rating’ de Portugal, fontes da Comissão Europeia disseram ao Diário Económico que em Bruxelas ainda se espera novas medidas de contenção em 2011, sobretudo nas despesas sociais.
A Comissão Europeia considera o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) português claramente insuficiente para atingir os objectivos orçamentais, sobretudo a partir de 2011. Bruxelas quer que o Governo apresente novas medidas para conter o peso de subsídios, a factura salarial, mas sobretudo reduzir as despesas sociais, apurou o Diário Económico. Uma urgência reiterada ontem pela Moody’s, que colocou o ‘rating’ de Portugal em revisão para uma possível descida, mas também pela quebra da bolsa e pela subida em flecha do risco da dívida.
As previsões económicas de Primavera, ontem divulgadas em Bruxelas, apontam para um défice de 7,9% em 2011, contra 6,6% inscritos no PEC, ampliando em muito, no próximo ano, aquela que é uma ligeira derrapagem de duas décimas prevista para 2010, face à estimativa do Governo. “Esperamos claramente novas medidas de consolidação. Medidas de limitação dos subsídios, de estabilização dos ordenados dos funcionários públicos, de controlo e sobretudo redução significativa de despesas sociais”, disse ao Diário Económico um responsável da Comissão, que acompanha de perto a situação orçamental da UE.
Esta é uma das áreas em que o Governo está a preparar novas medidas para mostrar à Comissão e aos mercados. Ainda assim, Bruxelas sublinhou a “necessidade de diminuir o défice externo. Até porque isso tem uma repercussão no orçamento nacional”, explica esta fonte.