Bruxelas revê em alta crescimento português
A Comissão Europeia reviu hoje em ligeira alta o crescimento da economia europeia, para 1% este ano e 1,7% em 2011, e garante que a retoma económica está em curso na União Europeia.
Para a zona euro, as “Previsões da Primavera” de Bruxelas projetam um crescimento na mesma ordem, de 0,9% este ano e 1,5% no próximo.
Relativamente às “Previsões de Outono”, em Novembro de 2009, e também às previsões intercalares de Fevereiro passado, trata-se de uma revisão em alta, já que ambas apontavam para um crescimento do PIB da União Europeia e da zona euro de 0,7%.
Sublinhando que, depois da pior recessão da história da UE, a retoma da economia europeia está em curso, Bruxelas admite todavia que a fraca procura interna continua a impedir “uma retoma mais vigorosa”, as incertezas continuam elevadas, e o mercado de trabalho e as finanças públicas continuam sob pressão.
Recuperação em curso
O executivo comunitário assinala que a recessão teve bastantes efeitos sobre as finanças públicas, com o défice público a triplicar desde 2008, comentando Bruxelas que “as medidas orçamentais temporárias” ajudaram a inverter a tendência económica na UE mas agravaram o défice público, que deverá atingir os 7,2% em 2010, recuando um pouco no ano seguinte.
Quanto ao desemprego, Bruxelas prevê, com base em recentes sinais de alguma estabilização do mercado de trabalho, que atinja este ano um valor ligeiramente inferior aos de anteriores projeções, mas ainda assim acima dos 10% (10,3% em 2010 e 10,4% em 2011).
“A melhoria das perspetivas de crescimento económico este ano são uma boa notícia para a Europa. Devemos assegurar-nos de que os riscos que pesam sobre a estabilidade financeira não comprometem esta evolução”, comentou hoje o comissário europeu dos Assuntos Monetários e Económicos.
Portugal acompanha retoma europeia
Em relação a Portugal, Bruxelas estima um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 0,5%, superior à previsão anterior (0,3%), mas abaixo da estimativa do Governo (0,7%).
O défice português deverá fixar-se em 8,5%, enquanto o desemprego rondará os 9,9% em 2010 e 2011, em linha com a previsão do Governo de 9,8%.