Fundos comunitários pouparam Portugal a forte recessão
Bruxelas calcula impacto do Quadro Comunitário de Apoio (QCA) III em 16% PIB nesta década.
Na última década, o Produto Interno Bruto (PIB) português teria sido cerca de 16% inferior ao que registado caso não tivesse recebido fundos comunitários, calcula a Comissão Europeia, descrevendo o país não só como o maior beneficiário, mas também aquele onde as verbas tiveram maior efeito na riqueza criada.
Num estudo publicado ontem em Bruxelas, Portugal é visto como um caso extremo na aplicação dos fundos comunitários desde 2000. Nenhum país recebeu tantas verbas em peso no PIB, nenhum país cresceu tão pouco nesse período, e poucos viram as disparidades regionais aumentar tanto como em Portugal. Mas ao mesmo tempo nenhum país beneficiou tanto desses fundos, tendo em conta que o impacto multiplicador foi de 13-16% na Grécia e 10-17% em Espanha, os outros grandes beneficiários.
“Sem fundos europeus, os estudos demonstram que o crescimento em Portugal teria perdido ainda mais terreno para outras partes da UE”, nota a Comissão.