BCE quer salários mais flexíveis e incentivos ao trabalho
O Banco Central Europeu (BCE) considera «essencial» que os governos da Zona Euro «reduzam os desequilíbrios financeiros e corrijam os défices excessivos nos prazos acordados» e defende a retirada «progressiva» das medidas de estímulo aplicadas a determinados sectores durante a crise económica.
A autoridade monetária apela à «flexibilidade na fixação de salários e um aumento dos incentivos para trabalhar», com o objectivo de impedir assim um crescimento do desemprego estrutural nos próximos anos.
Na sua última edição do Boletim Mensal, o BCE insiste na necessidade de definir e aplicar de forma rigorosa «estratégias credíveis de ajustes», o que, na sua opinião, requer «esforços concretos», especialmente nos países que têm níveis mais altos de défice público e altos rácios de dívida em relação ao PIB.
A instituição considera que os acordos subscritos na reunião do Conselho Europeu de 25 e 26 de Março referidos na estratégia Europa 2020 deveriam contribuir para reforçar «a criação de emprego, a competitividade e o crescimento sustentado». Por este motivo, considera que as políticas deveriam centrar-se agora «no fomento da concorrência», e crê que as medidas de apoio a determinados sectores usadas durante a crise «deveriam ser retiradas de forma progressiva».
Actual nível dos juros é «apropriado»
Ainda neste sentido, o BCE insiste que o actual nível das taxas de juro «é apropriado», ao mesmo tempo que espera que a evolução dos preços «continue a ser moderada» num horizonte temporal relevante para a política monetária.
A par disto, a autoridade monetária diz acreditar que os dados mais recentes confirmam que a economia europeia continuou a crescer nos primeiros meses deste ano, ainda que se falem em «incertezas». O BCE estima ainda que o crescimento da economia seja «moderado» e baseado em «padrões irregulares» devido a factores de carácter especial.