O turismo enquanto gerador de riqueza nacional
Constitui um facto comummente aceite que a população europeia está cada vez mais envelhecida, em resultado do aumento da esperança média de vida e das baixas taxas de natalidade. Outra realidade é a maior disponibilidade física e financeira para viajar, que caracteriza a faixa etária com mais de 65 anos.
Esta procura potencial reconhece no nosso país um Destino de Lazer, valorizando a segurança física, o clima ameno, os equipamentos de entretenimento relaxantes, a qualidade do serviço e/ou a amabilidade do atendimento. Paralelamente, reconhece igualmente um Destino para Investimento numa 2ª habitação, valorizando o risco moderado, a volatilidade baixa e uma rentabilidade interessante.
Por outro lado, e de acordo com dados do World Travel & Tourism Council (WTTC), a indústria do Turismo terá em 2010 um impacto (directo e indirecto) de 14,4% (24.200 milhões de euros) no PIB nacional, aumentando para 16,9% (43.700 milhões de euros) num horizonte temporal de dez anos, ou seja, em 2020. Prevê ainda que a indústria do Turismo contribua (directa e indirectamente) para a criação de emprego em 2010 num total de 18,8% (943.000 empregos), aumentando para 23,2% (1.199.000 empregos) em 2020.
Efectivamente, o sector do turismo é um sector de actividade muito transversal, criando riqueza, através da venda de serviços e equipamentos, na concepção, na construção e na exploração dos equipamentos de hotelaria e lazer. Na concepção, cria valor e emprego através da venda de serviços de planeamento, urbanismo e arquitectura. Na construção, cria valor e emprego através da venda de serviços e materiais relacionados com a actividade da construção civil. Por fim, na exploração cria valor e emprego através da venda de serviços de gestão, contabilidade, limpeza, jardinagem, segurança, manutenção, entre outros.
Para além do impacto directo nas contas nacionais, o sector em causa contribui ainda de forma indirecta através de actividades que beneficiam a montante da actividade do turismo, como sendo, a restauração, as agências de viagem, as rent a car, etc.
O nosso governo, ciente da importância desta actividade económica, tem vindo a dotar o sector de instrumentos de trabalho como o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) ou o Business Plan dos 10 produtos estratégicos, com o objectivo de potenciar a afirmação do Turismo a nível nacional e internacional.
Portugal dispõe das condições para atrair o consumidor turista, tornando-se fundamental comunicar de forma cada vez mais eficiente e eficaz, Portugal como Destino Turístico.
Paula Sequeira, departamento de estudos de mercado da Aguirre Newman (Portugal)
in OJE