Empresários portugueses do mobiliário criam marca colectiva do sector
O diretor geral do Cluster do Mobiliário de Portugal (criado no âmbito do plano de Estratégias de Eficiência Coletiva do anterior Governo de José Sócrates) destacou a importância da constituição, “de uma forma unânime” e pela primeira vez, de uma marca que vai representar nos mercados nacional e internacional “um sector que é, tradicionalmente, divergente”.
Contudo, admitiu Joaquim Pinto, o apoio do Estado português “é chave para o sucesso do projeto”.
“O grosso da comunicação (da nova marca) só poderá ser feito quando houver uma alavanca do Estado português. O sector não quer, como é óbvio, viver à custa de subsídios, mas no momento inicial é importante que haja esta alavanca para então, mais à frente, sermos auto suficientes”, afirmou.
Neste sentido, o sector aguarda “a todo o momento” que abra uma fase de candidaturas no Compete (Programa Operacional Fatores de Competitividade) a que possa candidatar o projeto.
Este, para além da nova marca, prevê todo um conjunto de ações de promoção nos mercados externos e a criação de um centro de informação do sector, numa dotação global de 10 milhões de euros.
Aposta no design e na tecnologia
Para além deste, o Cluster do Mobiliário definiu dois outros “projetos âncora” para o qual aguarda também financiamento: a criação de um centro avançado de design em Paços de Ferreira (orçado em 1,35 milhões de euros) e a constituição de um centro tecnológico de mobiliário em Paredes (avaliado em 2,3 milhões de euros).
“Já houve conversações com entidades financiadoras estatais, nomeadamente o Compete e a Operação Norte (da CCDR-N), e sabemos que muito em breve há de abrir a fase de candidaturas para os dois primeiros projetos ancora”, afirmou Joaquim Pinto.
Segundo este responsável, “quando as Estratégias de Eficiência Coletiva foram lançadas pelo Governo português foi pré aprovado este plano apresentado pelas associações do mobiliário”.
Apresentada recentemente durante a feira do mobiliário Export Home, em Matosinhos, a nova marca Cria. P – que significa ‘Criação Portuguesa’ – as suas vantagens e objetivos serão agora divulgados junto das empresas nacionais num ‘road show’.
Cativadas as empresas, o cluster pretende colocar o “carimbo” Cria. P “em todas as peças de mobiliário criadas em Portugal”, como garantia de “qualidade, distinção e excelência” da produção nacional.
“Entendendo o sector que nada deve, em termos de qualidade, inovação, design, aos concorrentes estrangeiros, sentíamos que o seu grande ponto fraco era ainda não ter uma imagem comum coerente, que conseguisse penetrar de uma forma eficiente nos mercados estrangeiros”, sustentou Joaquim Pinto.
Com mais de 50 mil trabalhadores, o sector português do mobiliário vale cerca de 1,4 mil milhões de euros e exporta 828 milhões de euros, encarando os mercados externos como “a saída” face à quebra do consumo interno.
in sic.sapo.pt