Associação de turismo rural quer criar produto diferenciado com rede de 5000 casas
A Associação Portuguesa do Turismo no Espaço Rural quer transformar a actividade num “produto diferenciado” com a criação de uma rede de 5000 casas, capaz de gerar 25.000 postos de trabalho.
O projecto foi terça-feira apresentado nas comissões parlamentares do Ambiente e da Agricultura.
Com o objectivo de ultrapassar as 1040 unidades actuais de turismo rural, geridas sem concertação, o programa “5×5″ é sustentado em cinco redes integradas que interliguem alojamento, entretenimento e lazer – 5000 casas, 5000 quilómetros de ecovias, 5000 quilómetros de caminhos equestres, 5000 quilómetros de caminhos pedestres e 5000 quilómetros de estradas panorâmicas.
No âmbito desta estrutura, saem também valorizados os restaurantes e tasquinhas típicos, o ambiente e da biodiversidade, as indústrias tradicionais e os talentos locais, sobretudo dos jovens.
“Trata-se de fazer a amarração do turismo rural em diferentes redes. Não é preciso legislação nova ou dinheiro novo, peguem nos recursos disponíveis e tirem o turismo rural da miséria de 14,5% de taxa de ocupação”, disse à Lusa João Soares, um dos representantes da associação (Privetur), que foi recebida nas comissões parlamentares.
“Não há um pensamento estruturado sobre o turismo rural, há falta de estratégia. A questão agora é criar um produto identificado, diferenciado, inserido nas plataformas tecnológicas”, acrescentou.
Durante as audiências, João Soares disse aos deputados que vários aspetos da proposta, como a construção de ciclovias, estão já a ser executadas, mas de uma forma “desgarrada” e sem articulação intermunicipal, o que implicará um maior esforço financeiro no conjunto.
O responsável sublinhou, no entanto, que, para atrair o investimento dos privados, as entidades públicas, sobretudo o Governo e as autarquias, têm de participar e apoiar a implantação do “5×5″, já “reconhecido” a nível académico.
A Privetur estima que o programa represente um valor económico anual de mil milhões de euros entre a receita própria do turismo e a de alojamento, entre outros.
“Estamos a falar de receitas turísticas. E na operação conjunta dessas valências todas admitimos que se crie 25000 postos de trabalho”, apontou.
No âmbito do “5×5″, a associação já assinou um protocolo com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal para promover acções concertadas de divulgação do projecto.
in OJE