Hotelaria perde 10 mil empresas
O presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Mário Pereira Gonçalves, revelou ontem, quarta-feira, no Porto, que em 2009 encerraram mais de 10 mil empresas do sector e que foram perdidos 36 mil postos de trabalho.
“Prevemos que em 2010 estes números aumentem. Esperamos que não sejam tantas como em 2009, mas muitas empresas irão encerrar”, disse à Lusa Mário Pereira Gonçalves.
Perante estes números, o presidente da AHRESP admitiu que possam surgir a curto prazo, “problemas sociais gravíssimos” porque “não se prevê que nos próximos anos a economia portuguesa registe um crescimento capaz de reverter esta situação”.
Mário Pereira Gonçalves falava no âmbito do seminário sobre Obrigações Legais do novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) que a AHRESP organizou, com a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC). O dirigente da AHRESP referiu ainda que muitos restaurantes, cafés e pastelarias situados nas imediações de empresas de outros sectores que encerraram estão a enfrentar “graves problemas”.
Assim, propõe que o Governo aplique a taxa de IVA reduzida de 5% para todos os serviços de hotelaria, restauração e bebidas.
Considerou de “elementar justiça”, que no Orçamento de Estado para 2010, o desagravamento da taxa de IVA seja contemplado, passando “dos actuais 12%, para os 5%, admitidos por Bruxelas”.
“Há outra situação também gravosa” para vários sectores “a Taxa Social Única. Entendemos que 23,75 é demasiado elevado e que penaliza muito as empresas”, disse, propondo “uma redução desta taxa para os 20%”, bem como a eliminação do Pagamento Especial por Conta (PEC).