Mercados internacionais atentos ao PEC português
Depois de um Orçamento abaixo das expectativas dos especialistas, o Governo tem agora no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) uma oportunidade para convencer os mercados.
Desde 26 de Janeiro, dia em que o Governo entregou ao Parlamento o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2010, as taxas de juro das obrigações do tesouro, a cinco anos, da República Portuguesa já subiram 5,9%.
A razão para o incremento do custo das novas emissões de dívida pública está aliado a um OGE pouco convincente aos olhos dos mercados. Porém, com a apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), que se espera que ocorra até ao final da semana, José Sócrates tem uma nova oportunidade para convencer os agentes económicos e a Comissão Europeia de que Portugal conseguirá honrar o compromisso de reduzir o défice orçamental para os 3% até 2013.
“As pessoas estão cada vez mais preocupadas sobre como isso será alcançado”, revela Phyllis Reed, responsável pelo departamento de ‘research’ de obrigações da Kleintwort Benson, à Bloomberg.
Porém, para Kenneth Rogoff, antigo responsável do Fundo Monetário Internacional e professor da Universidade de Harvard que em 2008 previu o fracasso dos grandes bancos norte-americanos, não tem dúvidas de que os mercados financeiros acabarão por proporcionar novos aumentos das “yields” das obrigações e os países europeus como a Grécia e Portugal “terão muitos problemas”, revelou o especialista num recente fórum em Tóquio.