Segunda, 25 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Desemprego vai continuar a subir pelo menos até ao Verão

A taxa de desemprego em 2009 foi a maior desde o 25 de Abril, ano em que o INE começou a publicar as suas estatísticas.

Os registos do Instituto Nacional de Estatística – que se iniciam em 1974 em matéria de mercado de trabalho – não têm memória de uma taxa de desemprego tão elevada como a que se verificou em 2009. No ano passado, 9,5% da população disponível para trabalhar estava sem emprego. A expectativa é de que este ano o resultado seja ainda pior.

Em apenas um ano, a economia portuguesa destruiu 143,7 mil postos de trabalho – quase tantos como os empregos líquidos que José Sócrates tinha prometido criar na sua primeira legislatura, uma meta não alcançada. Em 2009, eram já 528,6 mil os desempregados. E é preciso recuar até ao ano 2000 para encontrar um número de população empregada tão baixo como o verificado no final do ano passado: pouco mais de cinco milhões de pessoas.

Os dados para o último trimestre de 2009 são igualmente preocupantes: a taxa de desemprego disparou para 10,1%, um valor que volta a ser recorde desde que há registos.

“Desde a II Guerra Mundial que a economia portuguesa não crescia tão pouco, durante um período tão longo”, nota João Cerejeira, economista e professor da Universidade do Minho. “Esta taxa de desemprego não é só o reflexo da crise actual, é o efeito da falta de crescimento desde pelo menos 2003″, acrescenta, sublinhando que a destruição anual de emprego “é grave porque mesmo na crise de 2003 o número de postos de trabalho aumentou”, não tendo sido apenas o suficiente para compensar o aumento da população activa.

in Diário Económico