Portugal entre os mais rápidos na eficiência energética dos edifícios
Lei da certificação energética deu um novo impulso às energias renováveis
Em cinco anos, a maioria das casas portuguesas vai exibir painéis solares. É a visão do arquitecto Guilherme Carrilho da Graça, especialista em eficiência energética. Apesar de alguns atrasos, “a nível europeu, Portugal e Irlanda estão à frente na implementação do sistema de certificação energética dos edifícios”, defende o filho do Prémio Pessoa 2008 (João Luís Carrilho da Graça).
“A certificação energética teve um papel excepcional na promoção da energia solar térmica para aquecimento de água sanitária, uma vez que só se atinge o A+ [nota máxima] com essa componente. Juntando a isto um melhor isolamento, esta é a grande mudança que a classificação [em vigor desde 2007] trouxe aos investidores”, assegura o arquitecto.
Caso tenha uma habitação energeticamente eficiente (A ou A+), o contribuinte pode obter um benefício de 10% sobre o montante de dedução à colecta sobre imóveis (30% dos encargos, até 586 euros). Por isso, Carrilho da Graça está convencido de que a energia solar térmica é um “bom investimento”, acessível “à maioria das pessoas” e “com retorno tendencialmente inferior a oito anos”.
“Os portugueses têm vindo a ganhar consciência ecológica e mostram-se receptivos a soluções amigas do ambiente”, garante Alexandre Batista, director da SunEnergy – empresa que comercializa sistemas de poupança energética e energias renováveis e acaba de chegar a Portugal. Os equipamentos verdes “são dos melhores investimentos no país porque têm um nível de risco muito reduzido, podem ser financiados a 100% e as tecnologias de produção de renováveis estão a preços muito acessíveis”, refere.
Em Portugal, as tecnologias mais procuradas são sistemas de microgeração (produção de energia com painéis fotovoltaicos), projectados para amortizar o investimento em menos de cinco anos. “Uma instalação em telhado inclinado pode rondar 18 mil euros (com IVA)”, aponta o director da SunEnergy, líder de mercado em Espanha, que espera facturar 300 mil euros no primeiro ano em Portugal. “É um grande investimento”, mas “a necessidade de consumo energético é cada vez maior”, conclui. Além disso, “os preços da energia estão artificialmente baixos”, nota Carrilho da Graça. Quando o petróleo deixar de abundar, o custo vai subir e “a motivação [dos consumidores] vai aparecer”, acredita o autor de um edifício sustentável na Calçada do Combro, em Lisboa.
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