Segunda, 25 de Novembro de 2024 Adrego & Associados – Consultores de Gestão

Moody`s emenda a mão e separa Portugal da Grécia

Agência que lançou comparações ao afirmar que as duas economias estavam em risco de «morte lenta» tenta agora separar as águas.

A agência de notação financeira Moody`s, responsável pela comparação entre as economias portuguesa e grega, ao considerar a 13 de Janeiro que ambas enfrentam um risco de «morte lenta», vem agora dizer que os dois casos não são comparáveis.

Num relatório intitulado «Espanha, Portugal e Grécia: Contágio ou confusão», a Moody`s diz que é preciso distinguir os três casos e analisar cada um separadamente.

«Entre os três países (Espanha, Portugal e Grécia) que têm actualmente as suas contas públicas sob muita especulação no mercado, apenas a Grécia enfrenta desafios significativos», pode ler-se no relatório.

Na análise de 13 de Janeiro, a Moody`s colocava as duas economias no mesmo saco, alertando para a elevada fasquia da produção que era encaminhada para o pagamento dos juros da dívida pública. Desde então, as duas economias viram disparar o risco das respectivas dívidas e a desconfiança dos investidores.

Comparação com Grécia tem gerado desconfiança

As comparações entre as duas economias têm penalizado fortemente Portugal, apesar de as contas públicas portuguesas não estarem numa situação tão grave como a das gregas. As declarações da Moody`s e de outros agentes externos, que colocam os dois casos no mesmo pé (como foi o caso do comissário europeu Joaquin Almunia) têm merecido fortes críticas por parte do Governo nacional, do Presidente da República, do governador do Banco de Portugal e de muitos economistas.

Em reacção às críticas e aos desenvolvimentos a que se tem assistido no mercado da dívida, «no relatório de hoje, a Moody`s reitera a necessidade de separar o risco entre os três países do Sul da Europa», acrescentando que «Espanha, Portugal e a Grécia podem partilhar a mesma moeda, mas não apresentam o mesmo perfil de crédito».

A agência mantém as preocupações em torno dos défices e dívidas públicas elevados
mas reconhece que «os spreads praticados agora para Portugal, Espanha e Grécia, sugerem um perfil de risco mais elevado do que o indicam os ratings atribuídos».

Recorde-se que a Moody`s atribui um rating de Aaa à Espanha, que considera estar «bem ancorado». Já a Portugal, a Moody`s atribui uma notação de Aa2, mas com Outlook negativo, ou seja, está sob «pressão moderada» para uma eventual revisão em baixa. Já a Grécia tem um rating de A2, não comparável portanto com a situação de Portugal. No caso grego, a manutenção da notação depende da capacidade de o governo grego conseguir levar a cabo o «plano ambicioso» de corte de défice que foi apresentado.

A Moody`s lembra que os governos da Zona Euro têm à sua disposição ajudas temporárias dos bancos com o apoio dos respectivos bancos centrais, financiamento por parte de países membros da União Monetária Europeia, e até a assistência pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

in Agência Financeira