Portugal despromovido em logística
Segundo o Índice de Desempenho Logístico do Banco Mundial, Portugal caiu do 28º lugar em 2007 para o 34º em 2010. A despromoção do país deveu-se à perda de desempenho mais acentuada em três dos seis indicadores avaliados: oferta de preços competitivos para expedição internacional, frequência de cumprimento de prazos de entrega e possibilidade de controlo à distância do trajecto e entrega das cargas.
No campeonato mundial da logística, Portugal desceu na segunda divisão onde se encontra desde 2007. Uma queda de seis posições retirou o país dos lugares cimeiros do grupo com um desempenho que poderíamos classificar de “médio-alto” em logística, uma espécie de segunda divisão.
Do 28º lugar em 2007 passou para 34º agora, segundo o The Logistics Performance Index (LPI) publicado, desde 2007, pelo departamento de Comércio Internacional do Banco Mundial, em Washington DC, em colaboração com a Escola de Negócios de Turku, na Finlândia, e que abrange 155 países.
A descida portuguesa foi compensada pela subida da China e da África do Sul para os lugares cimeiros deste escalão “médio-alto” em desempenho logístico que se situa entre 70% a 80% do nível da Alemanha, o líder mundial neste índice em 2010.
Descida em três indicadores
A despromoção do país dentro desta segunda divisão da logística mundial deveu-se à perda de desempenho mais acentuada em três dos seis indicadores avaliados pelo índice logístico do Banco Mundial desde 2007: oferta de preços competitivos para expedição internacional (onde caiu abruptamente do 33º lugar para o 59º), frequência de cumprimento de prazos de entrega (onde desceu da 21ª posição para a 40ª) e possibilidade de controlo à distância do trajecto e entrega das cargas (em que passou do 30º para o 39º lugar). Estes três indicadores são importantes em termos de confiança e previsibilidade do que, tecnicamente, em gestão, se designa por cadeia de fornecimentos, um elemento crítico no comércio internacional.
Apenas em um dos seis critérios do índice melhorou ligeiramente a posição, na qualidade e competência em logística. Em matéria de eficiência alfandegária e de qualidade de infra-estruturas piorou ligeiramente nos últimos dois anos, segundo o índice.
Alterações geoestratégicas
Num plano global, o índice agora publicado revelou mudanças importantes no grupo líder do índice, segundo o relatório “Connecting to Compete 2010 – Trade Logistics i the Global Economy”.
A Alemanha ultrapassou Singapura (que foi destronada do lugar supremo de rainha da logística) e a Holanda, que também se viu ultrapassada pelo vizinho nórdico, a Suécia. O caso de subida mais fulgurante nesta primeira divisão foi o do Luxemburgo que passou da 23ª posição para a 5ª, integrando agora a elite da logística. Também a Suíça e o Reino Unido subiram posições no grupo dos 10 melhores e a Bélgica e a Noruega entraram para esse clube.
Sublinhe-se que, no grupo dos 10 primeiros, o espaço europeu reforçou posições, face à descida ligeira do Japão (para 7º) e à saída de Hong Kong (passou a 13º) e do Canadá (desceu para 14º). Os Estados Unidos, a maior economia do mundo, baixou uma posição, estando agora no 15º lugar.
Os BRIC (acrónimo para Brasil, Rússia, Índia e China) revelam uma divisão em que são visíveis duas velocidades. A China subiu no grupo “médio-alto”, liderando-o (na 27ª posição), e o Brasil saltou 20 posições (passando ao 41º lugar), integrando, agora, esta segunda divisão onde se encontram o gigante asiático e Portugal. Pelo contrário, a Índia foi despromovida desta divisão, descendo da 39ª posição para a 47ª, e a Rússia continua acantonada numa posição fraca na terceira divisão, em 94ª lugar, apesar de ter subido cinco degraus entre 2007 e 2009.
Uma radiografia dos PIIGS (acrónimo para Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), agora, famosos na Zona Euro, pelas piores razões, revela contrastes bem marcantes entre três divisões: a Irlanda continua próxima do grupo dos 10 primeiros do índice (manteve a 11ª posição), a Itália conservou o seu 22º lugar e a Espanha subiu um degrau na primeira divisão, situando-se na 25ª posição, enquanto Portugal desceu na segunda divisão (para 34º lugar) e a Grécia foi despromovida para a terceira divisão (um trambolhão, uma queda de 26 degraus, situando-se, agora, na 54ª posição).