S&P espera programa de estabilidade português para decidir ‘rating’
A agência de notação financeira afirmou hoje que não vai avançar com um corte de ‘rating’ antes de ver o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) de Portugal.
“Vamos olhar além do défice de 2010 e centrar a nossa atenção naquilo que serão os esforços de consolidação que o Governo pretende levar a cabo a partir de 2011, que nós esperamos que sejam detalhados na próxima actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento”, explicou Kay Stukenbrock, o analista responsável pelo acompanhamento da economia portugues, acitado pela ‘Reuters’.
“Só depois podemos realmente fazer uma análise sobre a credibilidade dos esforços do Governo para reduzir o défice do país abaixo dos 3% do PIB até 2013″, conclui o analista.
Recorde-se que no mês passado, a Standard and Poor’s (S&P) reviu em baixa a perspectiva para o ‘rating’ de Portugal e avisou para a possibilidade de uma revisão em baixa da avaliação caso o défice permanecesse elevado e a dívida continuasse a subir sem perspectivas claras para uma estabilização.
No Orçamento do Estado para 2010, que foi entregue no Parlamento esta terça-feira, o Governo prevê reduzir o défice em um ponto percentual este ano, para 8,3% do PIB e nem mesmo o facto de o ministro das Finanças ter garantido que vai reduzir o ‘buraco’ das contas públicas abaixo dos 3% até 2013, tal como impôs Bruxelas, parece ter convencido as agências de ‘rating’.
A Fitch afirmou ontem numa nota de análise que Portugal terá muitas dificuldades em conseguir reduzir para 3% o défice até 2013, e manteve o ‘outlook’ negativo para a dívida portuguesa. A agência de notação deixou o aviso que é agora mais provável um corte do ‘rating’, face à estimativa de défice para 2009 (9,3% do PIB).