Mais de 3,7 mil milhões em linhas de apoio
As quatro linhas de crédito PME Invest criadas a partir do segundo semestre de 2008 com o objectivo de facilitar o acesso das PME ao crédito bancário totalizaram 3750 milhões de euros. Apoios que previam a bonificação de taxas de juro e a redução do risco nas operações por via do recurso aos mecanismos de garantia do Sistema Nacional de Garantia Mútua, que suportam até 50% do capital em dívida. No caso das micro e pequenas empresas, o valor sobe até aos 75%.
Mas as associações garantem que estas linhas estão a chegar a um universo muito limitado de empresas. O presidente da Confederação da Construção e do Imobiliário, Reis Campos, apresenta números do Banco de Portugal que mostram que, nos primeiros nove meses de 2009, o volume de crédito concedido à construção caiu 986 milhões de euros. “O volume de crédito concedido ao sector ronda, anualmente, os 23 mil milhões de euros, mas a verdade é que vimos assistindo a uma redução na concessão de crédito com quebras mensais, o que é altamente negativo numa altura em que as empresas enfrentam graves problemas de tesouraria, decorrentes da falta de obras e dos atrasos nos pagamentos do Estado”, lamenta o dirigente.
Para Reis Campos, era “fundamental que a banca se lembrasse do seu verdadeiro papel no apoio à economia”. E se o sistema financeiro não se lembra, então que seja o Governo a recordar-lho. “Que faça como Barack Obama, que os chame e lhes explique que o comportamento que têm tido não é correcto, porque não é criando dificuldades acrescidas às empresas no acesso ao crédito que se incute confiança, vontade e motivação para o investimento, tão fundamental para a retoma económica”, defende.