Espanhóis querem fazer parcerias
As construtoras espanholas querem entrar em força no mercado das grandes obras públicas portuguesas, caso do comboio de alta velocidade, aeroporto e novas AE e aproveitar o know-how luso para o Brasil e países africanos.
Dentro dessa estratégia, a opção passa pela concretização de parcerias com empresas portuguesas, abrindo-lhe, em contrapartida, o mercado espanhol, ainda países do centro e leste da Europa e o mercado dos EUA, avança o Cinco Dias.
Esta estratégia recebeu o impulso dos governos ibéricos e o primeiro exemplo aconteceu com a construtora FCC, controlada por Esther Koplowitz, a qual concretizou uma parceria com a portuguesa Conduril, depois do consórcio liderado pela FCC ter ganho um dos troços do comboio de alta velocidade, concretamente entre Poceirão e Lisboa.
A reciprocidade para a FCC poderá ainda envolver outras companhias, sendo certo que a Mota-Engil e a Soares da Costa serão alvo de interesse de grandes empresas espanholas do sector. A espanhola ACS tem um acordo com a Mota-Engil para o sector dos portos firmado em 2006.
A indústria em Portugal tem repetidamente afirmado ter sérias dificuldades em Espanha, ao não ganhar concursos e ao não ter oportunidades mínimas para entrar.
Os espanhóis afirmam que as maiores empresas portuguesas do sector não têm dimensão critica para as grandes obras públicas em Portugal, caso do comboio de alta velocidade e que envolve mais de 8 mil milhões de euros, sendo por isso necessário a ligação a gigantes como a ACS, a FCC, a Vinci e a Impregilo.
No ano passado as construtoras espanholas aumentaram o volume de vendas no exterior em quase 36%, ou seja, mais 25 mil milhões de euros.
in OJE