BCE contra descida de impostos
Com a perspectiva de um crescimento moderado e irregular este ano, e com a expectativa de inflação controlada, o presidente do Banco Central Europeu desaconselhou os países a optarem pelo corte de impostos antes de equilibrarem as contas públicas.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de governadores do Banco Central Europeu (BCE), o presidente Jean-Claude Trichet desaconselhou o corte de impostos antes de se resolver as contas públicas. “Os governos devem implementar medidas para equilibrar as contas públicas” e só depois devem pensar em descer impostos”, afirmou, acrescentando que nenhum país pode esperar um tratamento especial do BCE.
Um novo alerta foi deixado aos bancos, referindo que “devem continuar a reforçar os rácios de capital e aproveitar as medidas de ajuda dos Governos”.
Na reunião foi decidido por unanimidade a manutenção da taxa de juro em 1%, justificando-se com a expectativa de inflação controlada com os preços “estáveis”, de crescimento económico moderado e o cenário de incerteza que ainda se vive na Zona Euro.
Entretanto, Trichet não quis comentar o alerta da Moody’s que afirmou esta semana que a Grécia e Portugal enfrentavam um cenário de “morte lenta”. Quanto ao cenário de saída da Grécia da Zona Euro, respondeu: “Não comento hipóteses absurdas”.
Mesmo assim deixou vários recados, dizendo que todos os países têm que tomar medidas corajosas.