Estágios Inov-Social vão custar cerca de 5 milhões ao Estado
O Estado vai comparticipar em cerca de cinco milhões de euros o novo programa de estágios Inov-Social, vocacionado para as Instituições de Particulares de Solidariedade Social e cujas candidaturas são hoje abertas numa cerimónia com a ministra da Solidariedade Social.
O Estado vai investir “cerca de cinco milhões de euros para este Inov-Social e a bolsa que cada jovem recebe é duas vezes o Indexante de Apoio Social, ou seja, cerca de 840 euros mensais”, revelou, em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional.
Ao valor total de 840 euros acresce o subsídio de alimentação e, nas situações que o justifiquem, subsídio de transporte ou subsídio de alojamento.
Do valor total da bolsa, 65% são comparticipados pelo Estado, ficando os restantes 35% na responsabilidade das instituições sociais.
O programa Inov-Social contempla mil estágios, que são dirigidos a jovens com qualificação superior nas áreas da Economia, Gestão, Direito e Ciências Sociais ou Engenharia, com idade até 35 anos.
Na opinião de Fernando Medina, o objectivo deste novo programa de estágios, que o Governo aprovou em Conselho de Ministros em Novembro passado, é “ter mais uma medida de inserção de jovens no mercado de trabalho”, bem como “apoiar a gestão e a modernização das instituições da economia social”.
Questionado sobre se no final do período de estágio, que durará um ano, alguns dos mil estágios se poderão transformar em postos de trabalho, o secretário de Estado disse: “A medida Inov é uma medida que tem tido uma taxa de inserção muito elevada, quase de 70%, e é uma das medidas que tem uma das maiores taxas de inserção, até porque depois as instituições podem recorrer aos apoios à contratação que existem”.
Contactado pela Lusa, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) salientou que esta é uma iniciativa “muito positiva”.
“É uma boa via para a formação e colocação de pessoas com qualificações superiores e é também muito positiva porque é uma forma de apoiar as instituições, que estão todas, de um modo geral, num esforço grande de qualificação”, explicou o padre Lino Maia.
O presidente da CNIS acredita também que no final do período de estágio haja estagiários que possam ficar “fixados nas próprias instituições”.
O secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional explicou também que o programa Inov-Social tem o mesmo funcionamento que os restantes programas Inov, sublinhando que através destes programas de estágio já participaram perto de 14 mil jovens.
O governante lembrou que estes programas arrancaram em 2005, mas que foi em 2008 que tiveram “um incentivo muito especial”, e garantiu que durante 2010 o Governo pretende reforçá-los.
“No âmbito das exportações e das medidas de internacionalização da economia, vamos ter o Inov-Export, que visará a introdução de jovens quadros em empresas exportadoras e vamos ter também uma medida gémea, que não é uma medida Inov, que são os estágios na administração pública para cerca de 5 mil jovens”, adiantou.
Desde o arranque dos programas Inov, o Estado português já investiu cerca de 79 milhões de euros, tendo o programa Inov-Jovem arrecadado a maior parcela, 27 milhões de euros, por ser o programa com o maior número de estágios, 12 mil no total.
A cerimónia de hoje conta com a presença da ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, e com os representantes das principais confederações da economia social.
OJE/Lusa