Novo ordenamento contabilístico pode alterar o valor das empresas!
É já no próximo dia 1 de Janeiro de 2010 que entra em vigor o SNC, o novo Sistema de Normalização Contabilística, a maior revolução no ordenamento contabilístico em Portugal depois da introdução do POC – Plano Oficial Contas, a qual vai certamente provocar algumas dificuldades de adaptação, uma vez que constitui uma operação complexa para as empresas.
O POC, actual normativo contabilístico, e demais legislação complementar vigora desde 1977 e está de tal forma enraizado em Portugal que existem, naturalmente, diversas barreiras e dificuldades na transição para SNC.As consequências desta alteração podem ultrapassar uma simples mudança das práticas de contabilização já que, a partir de 1 de Janeiro de 2010, todas as empresas têm de revalorizar imediatamente os seus activos, pelos valores reais, o que vai certamente afectar a sua situação patrimonial.Não se trata apenas de uma questão relevante para os profissionais da contabilidade! Mas, acima de tudo, interessa também aos nossos empresários!
Uma das principais alterações com a introdução do SNC, e que trará dificuldades acrescidas, será a adopção de novos critérios de valorização no reconhecimento de activos e passivos. A contabilidade passar-se-á a fazer visando a obtenção da realidade económica e financeira das empresas e não a do resultado fiscal.
A introdução de novos critérios de valorização como o justo valor, valor de uso, quantia recuperável, valor realizável líquido e imparidades poderá levar a alterações do seu valor patrimonial e da sua situação líquida.
O simples facto de, a partir de 1 de Janeiro de 2010, as empresas portuguesas ficarem obrigadas a substituir o normativo POC pelo novo normativo SNC, poderá originar alterações do seu valor, seja ele inferior ou superior ao relevado segundo o POC actualmente em vigor.
De igual forma os resultados de uma empresa, segundo o POC poderão ser distintos do resultado face ao normativo SNC.Os aspectos agora referidos revestem-se de e importância, na medida em que podem simplesmente pôr em causa a capacidade de financiamento das empresas perante as instituições bancárias.
Uma empresa pode assim num determinado momento apresentar demonstrações financeiras face ao normativo POC que lhe permitam garantir determinado financiamento e no momento seguinte, após adopção do normativo SNC, pura e simplesmente não conseguir demonstrar a mesma capacidade financeira perante as instituições bancárias.
Uma mudança desta dimensão nos sistemas contabilísticos vai obrigar, sem dúvida, a um enorme esforço que se irá traduzir na alteração dos sistemas informáticos e na formação dos Técnicos Oficias de Conta, uma vez que estes terão responsabilidades acrescidas no processo, não só no processo de transição, mas também após a implementação do novo regime contabilístico.
Alliances Manager da Sage Portugal
www.sage.pt/snc
